sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Yolanda não mora mais aqui

Agora atendendo em novo endereço, mas com a infrequência de sempre: Satisfeita, Yolanda?. Obrigada.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A pior transformação de todos os tempos

Mas uma das melhores cenas de novela. Com olhos felinos felizes e tal.





0:14 - Pode encostar naquela duna ali à direita.


0:35 - Cheguei no agreste de motorista.


0:50 - O início da subida.


0:55 - Cenas do passado em transparência.


1:00 - Sofri demais.


1:13 - Consolei a Tássia Camargo.


1:19 - Apanhei do Zé Esteves.


1:24 - Mas agora tudo é passado...


1:32 - Já até dei na cara de Perpétua.


1:50 - Continuo subindo...


2:05 - O ápice. Preparem-se para a revelação de uma nova mulher...


2:17 - ... uma mulher renovada...


2:19 - ... com toda a malícia e segredos. Preparados?


2:41 - UMA NOVA MULHER!


2:54 - Com um corte em camadas e uma permanente.


2:55 - E só.


3:11 - E à milanesa.


3:33 - Chega, Simone, já deu. Corta.



(Em um oferecimento do Vlad.)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Heart of glass

Se um dia eu for sequelada, quer dizer, sequestrada, quando o sequestrador quiser cortar a minha orelha ou talvez a ponta do dedinho do meu pé para ser enviado à minha família como prova de vida, eu vou logo me opor e dizer que não há necessidade.

Porque eu tenho uma série de palavras-piadas-internas capazes de provar para pessoas específicas que eu estou bem viva, se provar que estou bem viva fosse preciso.

Com o Vlad, por exemplo: "obsessão?".

E com Ric, "dupla negação?".

Tá, agora eu queimei estas duas. Mas tem uma porção de outras.

Se o sequestrador tiver paciência, na hora posso me lembrar de todas elas.

* * *

Cada nova árvore de Natal na cidade aquece e destroça meu coração.

* * *

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Long time no see

Depois de seis meses, consertei meu laptop.

Só para chegar em casa, abri-lo e... descobrir que eu não tenho nada para fazer com um computador em casa.

* * *

Mas é claro que vou inventar alguma coisa para fazer, né. Por exemplo, ...

...

...

Ah, daqui a pouco vem.

* * *

Interlúdio: hoje de manhã, fui tirar dinheiro no caixa eletrônico do mercadãozinho.

(O mercadãozinho é uma loja de uma grande rede, pretensamente disfarçada de um mercadinho de bairro. Só que ruim).

O caixa é bem ao lado dos congeladores, então fiquei ali me admirando com a capacidade humana de empacotar coisas horrorosas e anunciá-las como "refeições".

Pulei o olhar dos hambúrgueres (prontos) congelados para a geladeira de sorvetes. E lá estava ele, me encarando implacável. Meu sabor nêmesis, passas ao rum.

Long time no see.

* * *

Passas ao rum é o tipo de sabor que, quando criança, parece mais misterioso do que o funcionamento de um salão de beleza ou do trabalho do seu pai.

Primeiro, porque é um troço que só existe enquanto sabor. Bolacha sabor morango, por exemplo, dá para entender. Eu já vi um morango. Chiclete sabor hortelã, ok. Existe hortelã. Até salgadinho sabor pizza é compreensível.

Mas alguém já viu uma "passas ao rum"?

Segundo porque, quando você é pequeno, é incapaz de entender que insondáveis motivos levariam um sujeito a escolher um sabor baseado em pinga e um troço suspeito, aparentemente meio estragado, que nem de longe lembra uma fruta (embora sua mãe jure para você que aquilo um dia foi uma uva).

Especialmente quando existe a concorrência do tutti frutti ou qualquer outro sabor cor de rosa.

* * *

Eu ainda não entendo o sabor passas ao rum. Acho que deu para notar.

* * *
Pronto. Bem-vindo de volta, laptop.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Que ano é hoje?

Quinzena de shows em São Paulo teve Aerosmith, Pearl Jam, Faith No More, Alice in Chains e Stone Temple Pilots.

Pensei, "de volta aos 90". Daqui a pouco alguém me aparece com uma pasta de dentes Crest em embalagem pump e um chicletinho Wrigley's, trazidos por um tio de Miami.

Os próximos dias terão New Order e Duran Duran.

Pensei, "de volta aos 80", a década que nunca termina.

Aí a polícia desocupa a reitoria da USP e ouço um sem-número de "tem que descer a borracha nesses estudantes" ou similares, vindos de todos os lados.

1964?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma mulher melhor

"She practices her speech as he opens the door"
-- Pearl Jam, Better Man

Outro dia vi uma foto no Facebook (onde mais o passado bate à sua porta antes de ser chamado?) e, naquela única imagem, tinha umas 5 ou 6 paixões da adolescência. Não peguei nenhuma, claro.

Minto. Peguei uma, sim, a mais duradoura.

Mas guardo bilhetes e provas materiais só de outra, reminiscências de quando você tem 13 anos, é jovem e tola e acha que tem uma verve literária nos seus bilhetes de escola.

(Com 17, você acha que jovem e tola era a menina de 13, embora fosse incapaz de ver quantas vezes o amor estava ali, sorrindo e acenando na porta ao lado).

I just couldn't find a better man.

Hoje os amores estão casados, são pais ou professores assistentes em universidades nórdicas. E eu acho que jovem e tola *mesmo* é sempre a gente mesma, ontem.

Hoje eu já sou velha e mais feliz.

* * *

As pessoas que cultuam a juventude nunca estiveram em uma seleção de estagiários, as mãozinhas delas tremendo enquanto seguram os papéis onde fizeram uma colagem para representar quem elas são (!).

Imagina o James Dean numa dinâmica de estágio, fazendo uma colagem para representar quem ele é.

Pronto, acabou culto à juventude.



terça-feira, 11 de outubro de 2011

Barato bom é do Erasmo

Ontem apareceu uma barata em casa, andando como se estivesse meio bêbada sobre o tapete branco.

Ela tinha uns 20 centímetros de envergadura. Trinta com as asas abertas.

Eu sou uma mulher de poucos princípios. Um deles é jamais estar na extremidade de um objeto em cuja outra extremidade se encontre uma barata.

Por isso eu não encosto em nada que encoste em uma barata. Eu não mato baratas com vassouras, chinelos ou qualquer outro artefato. Só com inseticida em spray.

Que eu não sabia se tinha em casa, já que nunca tinha aparecido uma barata neste apartamento.

Ela tentou entrar no guarda-roupa do Ricardo. Eu empurrei as portas, suando frio. Pingando, corri até a outra ponta da casa. Acendi a luz do banheirinho, subi no vaso, olhei atrás dos produtos de limpeza, veja não, vanish não, sapólio não, RAID PRETO sim! Ufa.

Corri tudo de volta, cozinha, corredor, sala, hall, será que a barata ainda está lá?, ela pode estar em qualquer lugar, debaixo do tapete, no meio dos lençóis, na gaveta do criado-mudo, roendo os meus diários, que horror, comendo tudo que está escrito, quarto, a barata ainda está lá.

Toma, descarreguei o inseticida.

Agora havia um cadáver de 40 centímetros sobre o tapete branco. Que bom. E mesmo que a barata se desmaterializasse, estava impossível ficar no quarto naquele momento. Muito raid preto.

Então arrastei o tapete para fora do quarto, deixei um bilhetinho para a Lu, fui assistir a "12 Homens e uma Sentença" e só dormi à uma da manhã.

E toda vez que passava pelo corredor, com aquele corpo de meio metro por entre o tapete, lembrava da música do Erasmo: