Depois de seis meses, consertei meu laptop.
Só para chegar em casa, abri-lo e... descobrir que eu não tenho nada para fazer com um computador em casa.
* * *
Mas é claro que vou inventar alguma coisa para fazer, né. Por exemplo, ...
...
...
Ah, daqui a pouco vem.
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Interlúdio: hoje de manhã, fui tirar dinheiro no caixa eletrônico do mercadãozinho.
(O mercadãozinho é uma loja de uma grande rede, pretensamente disfarçada de um mercadinho de bairro. Só que ruim).
O caixa é bem ao lado dos congeladores, então fiquei ali me admirando com a capacidade humana de empacotar coisas horrorosas e anunciá-las como "refeições".
Pulei o olhar dos hambúrgueres (prontos) congelados para a geladeira de sorvetes. E lá estava ele, me encarando implacável. Meu sabor nêmesis, passas ao rum.
Long time no see.
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Passas ao rum é o tipo de sabor que, quando criança, parece mais misterioso do que o funcionamento de um salão de beleza ou do trabalho do seu pai.
Primeiro, porque é um troço que só existe enquanto sabor. Bolacha sabor morango, por exemplo, dá para entender. Eu já vi um morango. Chiclete sabor hortelã, ok. Existe hortelã. Até salgadinho sabor pizza é compreensível.
Mas alguém já viu uma "passas ao rum"?
Segundo porque, quando você é pequeno, é incapaz de entender que insondáveis motivos levariam um sujeito a escolher um sabor baseado em pinga e um troço suspeito, aparentemente meio estragado, que nem de longe lembra uma fruta (embora sua mãe jure para você que aquilo um dia foi uma uva).
Especialmente quando existe a concorrência do tutti frutti ou qualquer outro sabor cor de rosa.
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Eu ainda não entendo o sabor passas ao rum. Acho que deu para notar.
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Pronto. Bem-vindo de volta, laptop.